sábado, 17 de setembro de 2011

Uma Elegia... Apenas



      Um bom dia e café para minha rainha. E ao teu sabor, os frutos desta natureza, o cantar dos pássaros, que cortejam tua morenidade. Quero levar a ti bandejas de prata, ao alento, rosas brancas roubadas, colhidas no frescor da manhã, banhada em gotas do puro orvalho, sereno da transpiração da noite de nosso amor.Que depois da chuva de outras noites anteriores, o céu se abra, e posso  amar teu seio , sem receio de trovões.
   Logo cedo suco de laranja, mamão e mel. Servir e com todo meu amor, linda rainha. Morder teu lábio tornar-te minha, escrevendo poemas, das mais belas elegias, do ponto a que os corvos se curvam perante os teus braços, para sussurrar doçuras ao teu ouvido. As flores do campo de névoa se deitam perante o vento, para que passeies. E ai de algum espinho que vier a ferir os teus pés. No banho quente pela manhã, levo as toalhas para que possa eu, secar cada parte desta tua frondosa naturalidade, após carícias borbulhantes debaixo das águas que caem neste nosso Setembro, de fogo são meus olhos, que vislumbram todo este pecado bonito. Herética tentação, enquanto redijo estas palavras.
     Quero sentir tua luxúria, todo o seu depravemento sem pudor. Ao beber deste vinho, a volúpia aos nossos corpos maior retorna. A noite chegar novamente e ter a companhia apenas dos ventos que adentram as janelas, a lua que em sua plenitude, inveja nosso romance. Precioso é cada segundo, e o desejo aumenta, fazendo que meras palavras, meros sussurros, reflitam todo o profundo e ardente amor, que busco e que até outrora não havia encontrado em outros braços, minha criatura perfeita, estes meus rabiscos, são apenas reflexos de toda a minha vontade de sentir meu corpo e o seu.
     Queria eu matar o Sol para que nossas noites fossem sem fim. Converter tuas lágrimas escuras de teu lápis em gozos, afastar lhe deste abismo de pessoas vis. Guardar em meus braços e minha memória, palavras, teu cheiro, tua carícia. Espantar de teus olhos toda a monotonia.
     Estar com você até quando nossos ossos vierem a terra encontrar, ou mesmo até quando a felicidade destes momentos lhe fizer sentido, quando quero na verdade privar- te apenas ao meu humilde amor, mas que tenhas o discernimento de me bem- querer.
    Tua melancolia me inspira tão bela musa, agora compreendo o que sentia Da Vinci ao pintar sua Gioconda misteriosa, anseio apagar de minha memória os dias turvos de solidão .OSol parecia querer engolir-me em lamúria, a mágoa turvava meu peito, confesso que queria um prego em meu coração, para não mais sentir dor por amores, que crueldades infinitas, me foram aplicadas. Ao andar da carruagem, me coloco as tuas vontades, e meus olhos brilharam quando viram vosso solene olhar, que ao longe, eram janelas que via toda a sua dedicação.
     Anseio que ao decorrer disto, não cravejeis espinhos neste ser, que fez se perder de tanta felicidade, quão cruel que arrancar as asas de um corvo, e deixá-lo morrendo agonizante.
  
Por: A. Rodrigues     
                                              (  Argoth Gothicko)
                                                CARPE IDEA!!!!                                                                                                                                                      

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