domingo, 29 de janeiro de 2012

--------------------------- Ecos Da Lembrança ________ ( Por A. Rodrigues )_____

 "O que não é normal? tudo é natural, tudo é permitido, desde que não afete ninguém, além dos envolvidos."

Ela está aqui e quer me entregar o seu corpo nu,  quão bela e semblante de virgem.
Vê-la despida, é um pecado para os meus olhos, de tamanha pura beleza. 
Ela dança frente a mim, vestida com o luto da noite.
Sensualidade oculta, encoberta pelo espártilho, laço de fita e delicado vestido.
 
A nudez é bela, mas sinto-me constrangido,culpa dos hábitos do dogma social, 
Tapo os meus olhos,  ou desvio para não olhar por entre suas coxas,
Não olho para as tuas partes, a tua vergonha é o meu desejo, mas não olho descaradamente, 
Pois tenho receio que me chames a atenção.
 
O batimento cardíaco acelera, ao ver este teu coração belo, singelo e pequeno, 
Circundado por frondosa beleza.
Não existe nada de errado quando permites, mas mesmo após diversas vezes, 
Sinto me tímido, frente ao teu corpo desnudo, rapidamente em meu consciente 
Cresce a vontade de tocar o teu corpo, beijar o teu seio.. arrancar os teus lábios de tanto beijá-los.

Pressionar-te contra a parede e começar a enérgica sequência de movimentos, para cima e para baixo, Enquanto os dedos inquietos deslizam  em seu corpo, aperto tuas nádegas e beijo o seu pescoço.
Sua vagina cada vez mais aquecida, quão louco romance deito-lhe sobre a lápide.
As luzes baixas da cidade morta não nos incomoda, derramo vinho sobre o seu clitóris e sugo devagar.
Como se fosse um vampiro sedento.. que aproveita cada gota antes de morrer.
A madrugada avança no velho cemitério.

Contam os velhos do lugar, que outrora era uma trincheira fria e vazia de guerra.
Onde se amontoavam os cadáveres e o  Sol queimava, e a matéria orgânica tornava-se poeira, 
Alimentando corvos, chacais e carcarás.Os urubus não comiam da carne dos deuses, 
Pois era fedida de mais, mortos pelos próprios pagãos com o seu símbolo de vitória.

Ela quer me destroçar, me destruir, canaliza o que sente em minhas costas, arrancando a pele, 
Arranhando- me com suas unhas, enquanto deixo roxo o seu corpo,  
O seu ventre por este momento é meu, e a esta altura os lábios já tem gosto de sangue.
Acaricio cada parte tua, enquanto alisas o meu corpo.

Paro  um instante á pedido seu, conta-me o seu  segredo, descubro que és noviça, 
Jogo fora o teu crucifixo, fodo-lhe com mais força, pois esta é a minha maior fantasia.
Viro-lhe de costas e lhe penetro, enquanto minha boca desliza em seu pescoço e na orelha, 
Mordendo devagar, enquanto ouço seu gemido.Preencho o vazio entre seus braços, abraçando-lhe a barriga.

Corujas voam, a lua escondida entre as nuvens, canto Bauhaus nos seus ouvidos, 
Uma balada de amor para nós;. Nos apronfudamos mais e mais  no climax.
Está escuro de mais para que os olhos de quem passa na rua, nos vejam. 
Fazemos de nosso amor, um templo de prazer.
Por aquele momento esquecemos da dor, das lágrimas e da tristeza de nossa criança morta.
Com o calor dos beijos seco-lhe seu corpo, tens o meu sob o teu domínio,  abusas do meu desejo, 
Meus braços são as asas que te protejem.

Ao começo do amanhecer estamos mortos em regojízo.
Para que nosso segredo se mantenha alí, enveneno-te e me enveneno.
Deitada por cima de mim, assim morremos.
Vida eterna é mera mentira, quero apenas que meus ossos descansem e virem poeira junto aos seus.

Minha noviça herética, descrente, Somos únicos um do outro,
Não existe céus, não existe inferno,nem deuses com seus castigos e punições.
(As pessoas são o inferno. )
O que existiu  e continuará existindo, será o nosso amor de repetidas e repitidas noites.
A imponência das igrejas não mais lhe assombra.
Estes fatos narrados, são ecos da lembrança... o vento conta apenas o que seus ouvidos querem ouvir. 
A névoa da madrugada fria chega sorrateira para encobrir e refrescar o calor dos corpos ainda quentes.

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