quinta-feira, 31 de julho de 2014

Polícia investiga se mais crianças foram mortas para ritual no PR

Ainda hoje acontecem monstruosidades em nome da fé, não irei narrar o ocorrido,  segue abaixo  segue a notícia ...

Do R7
A Polícia Civil de Cascavel (PR) informou que vai investigar se Giulia Albuquerque incentivou mais mulheres a cometer crimes contra crianças, como a morte da pequena Maria Clara Zortea Ramalho. Vanessa Aparecida Ramos confessou ter matado a filha com a ajuda de Giulia para um ritual regilioso.
Segundo a polícia, Giulia já tinha um histórico de maus-tratos contra os próprios filhos e pode ter feito outras vítimas, inclusive em São Paulo, onde já morou. Com a prisão da suspeita, os dois filhos dela foram encaminhados a um abrigo.
Em depoimento da mãe, na terça-feira (29), à polícia de Cascavel, Vanessa relatou que a agressão era parte de um plano espiritual de Deus. E que a garota era possuída por demônios.
— Ela (amiga) dizia que Deus tinha um plano na minha vida e que Deus ia mudar a minha história, que eu ia ter marido, prosperidade e toda essa história, só que para eu receber isso tinha um plano espiritual que eu tinha que fazer. E esse plano era corrigir os meus filhos e que se eles fizessem alguma coisa errada tinham que ser castigados. Eles tinham que apanhar.
No dia do crime, a menina, que já havia sido espancada, foi colocada ainda com vida no porta-malas do carro durante a madrugada como um processo de purificação. Pela manhã, Vanessa pediu para Giulia que a retirasse, mas ouviu da amiga que "Deus quer que ela fique um pouco mais" e que ela deveria ficar mais tempo para ser purificada.
A dupla contou à polícia que esse procedimento - de espancamento - fazia parte de um ritual para tirar um suposto demônio que havia na garota e que o procedimento fazia parte de um ritual de purificação, pois a criança era possuída pelo demônio. No dia seguinte (5 de março) as duas abriram o porta-malas e a encontraram sem vida.
— Tiramos Maria Clara do carro e levamos para casa. Ela me disse para sair e deixar ela fazer respiração boca a boca. Depois de dez minutos voltei para o cômodo e vi que ela estava morta.

Ossada indicada por mãe que matou criança em ritual passa por exame de DNA
Tudo só começou a ser investigado porque o pai de Vanessa procurou a polícia na semana passada e disse que a filha e a neta estavam desaparecidas porque não retornavam a nenhuma tentativa de contato. Durante as investigações a polícia conseguiu desvender o crime e prendeu as duas suspeitas em um terminal de ônibus.
A mãe de Maria Clara e a amiga foram com a polícia até o local onde enterraram o corpo. A ossada foi recolhida e passará por exame de DNA para confirmar se trata-se dos restos mortais de Maria Clara, o que pode demorar até 20 dias. O pai da menina também já foi ouvido e afirmou que procurou o Conselho Tutelar porque soube que a filha não frequentava a escola desde fevereiro.

terça-feira, 29 de julho de 2014

Questionamento.....Tolo Mas É ........

Dia claro, me enclausuro dentro do quarto, os vizinhos ouvem Nirvana enquanto as nuvens passam rápido.
Estou saindo e deveria ter pego blusa, Quando criança sempre ouvia que Jesus vivia nas nuvens e eu  me pergunto: Quais nuvens? Que nuvens? se são gelo...água, possuem formação e acabam por se desfazer. Gelo e trovão, logo a chuva, logo inverno e com isso Jesus deve sentir frio, isto quando não se molha... alguém doe agasalhos ao nobre homem..
Ah como estou engraçado hoje, isto é uma graça. Obrigado Jesus mesmo não existindo és tema de meus trocadilhos ruins. Não venham dizer que isto é ateísmo militante ou ateísmo "me irritante, tenham senso de humor.
Olha me disseram boa tarde, acho que vou para as nuvens fazer companhia para Jesus.


Trocadilhos ruins, texto ruim.... mas por fim esta ai, encontre Jesus ai :)




ATEÍSMO DO MAL ( Olavo de Carvalho)

Mamilos são polêmicos e por causa do frio estão enrijecidos, é bem isto não é engraçado e não foi dito com o intuito de ser engraçado. 
Agora sem banalidades, pela televisão avistamos igrejas e homens de chapéus estranhos acompanhando tudo, padres molestando criancinhas já nisto vocês veem graça. 
Vocês não veem todos os dias casos de ateus presos,  tocando as partes de criancinhas,  mas para prosseguirmos sugiro um gole de Pepsi com feto antes de qualquer resposta.
Ateísmo pode até ter o mesmo sufixo "ismo"de Comunismo ( que logo gera segundo alguns uma má associação, deixando claro que não desejo ofender os comunistas), em defesa da liberdade de ser descrente digo que o ateísmo por si só não viola e não fere leis pois é subjetivo, ateus respondem por si e não possuem corporações para  acobertá-los.
Dirão que já foi imposição do Estado, pode até ter um por algum tempo sido e não digo que não houveram mortes, mas ateus também foram cerceados, regimes totalitários tem disto em demasia, perseguições, assassinatos embora em Teocracias  principalmente as islâmicas onde até hoje crucificam cristãos mais ainda. Não digo que um crime justifique outros,  hoje mas apenas uso isto como um parâmetro. Não defendo o Comunismo e nem sou comunista, uma vez que o ateísmo é anterior a isto, já se falava dos ateus desde a Grécia antiga ou no mínimo agnósticos.
Para encerrar não estou generalizando, reflitam sobre o caso dos padres e vejam se tem graça em tudo o que eu disse neste pequeno texto.

SEM NOME,TALVEZ ALGO PARA CASAIS, LOUCOS MONÓLOGOS AO SABOR DE ÁLCOOL E MAÇÃ

Leia rápido e com paixão, tempos sem escrever e agora me vem uma eufórica criatividade. Quero uma bateria, quero um computador, quero dinheiro... quero coisas de mais e no momento tenho de menos.
Suplícios da vida. o tédio ora vivenciado abraça-se agora a uma correria diária. Choram os violinos para que chegue logo o começo do mês, tanta coisa definida mas que não sei externar.
Choram os violinos, sou moço bem visto e agora sei o que é amor, sei o que é amar. Choram os violinos em uma bela sinfonia, não sente mais a menina que só sabia chorar, sim falo de mim e de outra pessoa, que parecia que sua sina era sangrar.
A transa louca das palavras nos elucida, libera endorfina e um leve gozar, não sou bom com as palavras e nem sou poeta, isto nem é poesia , talvez um esboço de poema, ou meramente um texto dissertando neste momento o que sinto. Por momentos esta parede me protege, mas logo pode vir um caminhão e me matar, por que não? Ouçam os tiros no escuro, confiantes e corajosos.
Não sou "muso" do ateísmo e nenhum pouco singular...rindo sozinho, será loucura?
Acho que já estou falando demais, felizmente agora posso amar.

Expondo Meus Dêmonios

Fala-se tanto de quanto é preciosa, tanto de  sua importância, parece tão fácil tirá-la. A vida deveria ser mais "blindada' sabem? Mecanismos próprios de defesa que fossem  intransponíveis para que os outros não fizessem mal algum  e até por que não para si mesmos. Não diria imortais mas não tão vulneráveis. e fáceis de acertar. Somos tão pequenos e tão banais aos olhos do acaso, neste caso em questão entendo o porque  de tanto as pessoas precisam tanto de algo para acreditarem e nisso entram os deuses, escudos próprios que o homem através dos tempos criou para si,  para que não sentisse tão só. 
A tristeza pela perda as vezes não o torna forte, por isso ele cria muralhas e cercas. Se ampara no que tem ou acredita, já que ele por si só não bastaria, é complicado olhar para si mesmo e ver que somos tão frágeis, a imagem de forte que passamos talvez seja uma maneira de enganar a si mesmo, um tombo e já era, fim da existência. Que blindagem temos se algo de ruim ou danoso nos acontece?
Nesta evolução não deu privilégio ao tal egocentrista ser humano. Se bem que chegamos até aqui sendo assim, fomos muito beneficiados pelos milhões de anos de evolução, a aptidão nos mantivera vivos ou senão já estaríamos extintos. 
Alguns dias atrás fui assaltado e o que fica é o sentimento de impotência, não me aconteceu nada de extremamente ruim, mas fica o medo e a insegurança. Hoje a luta pela sobrevivência  do homem é contra o próprio homem. Estou a dias tentando escrever alho que exprima o que sinto e saiu assim, esbocei o rascunho no celular e agora estou escrevendo estas linhas e buscando entender algumas coisas acima já narradas. Estamos em uma estrada que leva a lugar nenhum, as vezes é agoniante esta impotência e este medo, mas voltamos a rotina com um pouco menos de receio. Viver talvez não seja algo assim tão maravilhoso, mas a cada acontecimento estamos buscando um sentido.A blindagem antropocêntrica do homem cai toda vez que ele se vê fragilizado pelo próprio homem. Perigosa espécie, faz mal a si mesmo e aos outros, os piores são aqueles fracos, burros, ignorantes, miseráveis, pobres de "espirito" e fracassados que tiram a força de outros que talvez demoraram anos para conseguir, isso não é esperteza é covardia.
Não  existe lugar seguro, gente que por não ter nada a perder e faz o que faz, não há como mudar o mundo, depositar esperanças em outros seres humanos é uma tolice gigantesca.Não me aconteceu nada de grave, mas mesmo assim isto é algo para se refletir. O ser humano consegue se comportar pior que animais selvagens, mas acredito que eu tenha aprendido a lição, somos suscetíveis a mudanças e a prestar mais atenção nas coisas ao redor e a entrar no jogo da sobrevivência. não digo dar o troco em que faz maldade, mas aprender a esquivar disto. Bem, espero que eu não tenha dito bobagens, provavelmente virão mais ideias a cabeça, mas por fim encerro esta postagem. 

Agradecimento Especial De Deboche, Broxe da Tolice, Miserável Mundo.

Manchemos nossas portas com sangue, marchemos para o Norte e para o Sul. 
Honremos com glória os tropeços e vaidades das divindades, 
Nos curvemos pecaminosa humanidade sanguinária,
Não devorem os lobos que se alimentam de nós.

Não xingue a mãe deles, elas não tem culpa por tamanha desgraça.
Beijemos a mão da santidade que chicoteia os escravos.
Agraciados são os que te desesperam e te colocam para chorar no frio de sua existência..

Os ladrões ceiam com seu dinheiro e te fazem lacrimejar com tanta facilidade,
Abusam  de sua emoção, agradeça ao seu desesperador ele te faz gritar.
Chore, seu salvador já volta sob a expectativa dos olhos escuros da fé,
A cegueira é como neve que cai, só aumenta.
Miraculosa fantasia, sonhe pois em seus pensamentos a triunfosa graça existe.
Digam um caloroso amém para toda e qualquer loucura.

O Homem Com O Prego Na Mão

Vive o homem com o prego na mão, fatídico prego colocado ao nascer,
O homem caminha ferido pois a ferida não se fecha. 
Permanece com o prego enquanto o tétano de sua existência o consome. 

Vive o homem com o prego na mão, até que um dia vai ao médico e o homem morre.
Tão habituado com o caos e a desgraça, quando sai da lama se engasga com saliva.
Bem que algumas coisas poderiam ser mais simples, por exemplo esta métrica.
( Não contei as palavras mas estou me baseando no espaço gasto aqui)

Simplicidade é algo raro e o mundo esta cada vez mais burocrático.
As piadas estão ficando velhas e a cada dia piores, 
O riso do mundo se resume apenas a tombos e a desgraça alheia.

Conheces a do português, a do mineiro, a do Joãozinho e a do papagaio?
Pois então nem sei o motivo de eu estar falando disto,
Mas talvez lá longe deva ter algo de significativo ou reflexivo, mais tarde descobriremos.

Viver não tem sido o mais complicado problema, sobreviver é algo cada vez mais complexo,
Pode ser que tudo isto que eu esteja dizendo seja uma imensa besteira.
Mas sabe estou aprendendo com os gatos, nada de filhos.
O sonho da paternidade ou maternidade é algo cruel, arrisco me a dizer que é algo mesquinho,
Se bem que cada qual faz o que quer com suas vidas, mas isto deve ser considerado
Pois cada qual sabe suas escolhas e o peso que elas possuem.

Deus nenhum irá te proteger ou te arrancar do desespero, você esta só no mundo.
O que você possui é a ti mesmo e algumas poucas pessoas.
O leão vive solto e a qualquer hora pode te devorar.
Fuja, corra, não faça mal a ninguém. Viva a sua vida  e talvez algum dia ...
Quem sabe algum dia você consiga ter paz, talvez quando estiver morto quem sabe?

Por hora compre sua máscara de gás, a guerra não cessa,
Quando ela não é externa, ela é interna. 
Seja forte enquanto puder, até para se matar é necessário força.

Nossa existência pode ser longa para quem tem pressa de morrer
E breve para quem deseja apreciar a vida.
As palavras mudam de sentido e significado de um momento para o outro.

Questionamentos- Do Aleatório ao Aleatório.

Nem sempre quem te encoraja tem coragem para algo, o álcool por exemplo não encoraja ninguém. as vezes pode ser que liberte, mas não se engane e não recomendo, de algum modo ou outro sempre acaba em problema se ingerido em grandes quantidades.O que é libertador? O que há de libertador? A escrita talvez? as palavras? A fala? O que é liberdade? O que é se sentir livre enclausurado com medo dentro de casa? Como é se sentir leve? O que deixa leve? 
Por que postagens tão extensas se as vezes podemos simplificar? Equações extensas estão suscetíveis a erros, expor de forma longa pode entregar nossas mazelas e descuidos, revelar falhas e erros. Não sejam pretensiosos ao ponto de pensar que seja preguiça mental, apenas estamos resumindo, as vezes rodeamos demais sendo que poderíamos ser diretos, açucaramos as palavras e algumas pessoas também se irritam com este nosso jeito, mas isto é para que não sejamos ignorantes ou tidos como arrogantes, somos cautelosos.
Bem ansioso que esta postagem seja vista por vocês, talvez eu não queira dizer nada demais com esta postagem. Apenas soltei as palavras e elas foram. Ficam as perguntas acima.

domingo, 27 de julho de 2014

Hoje Estou Muito "Musical"... Que Tal Orgasmatron- Motörhead?

SEGUE ABAIXO O VÍDEO, LETRA E TRADUÇÃO o/


Orgasmatron

I am the one Orgasmatron
The outreached grasping hand
My image is of agony
My servants rape the land
Obsequious and arrogance
Clandestine and pain
Two thousand years of misery
Of torture in my name
Hypocrisy made paramount
Paranoia the law
My name is called religion
Sadistic
Sacred
Whore

I twist the truth
I rule the world
My crown is called deceit
I am the emperor of lies
You grovel at my feet
I rob you and I slaughter you
Your downfall is my gain
And still you play the sycophant
And rebel in your pain
And all my promises are lies
All my love is hate
I am the politician
And I decide your fate

I march before a Martian world
An army for the fight
I speak of great heroic days
Of victory and might
I hold a banner drenched in blood
I urge you to be brave
I lead you to your destiny
I lead you to your grave
Your bones will build my palaces
Your eyes will stud my crown
For I am Mars the god of war
And I will cut you down

Orgasmatron

Eu sou o escolhido, Orgasmatron
A mão com sede de sucesso
Minha imagem é de agonia
Meus servos estupram a terra
Servil e arrogante
Clandestina e dor
Dois mil anos de miséria
De tortura em meu nome
Hipocrisia fez a superioridade
Paranóia fez a lei
Meu nome é chamado de religião
Sádica
Sagrada
Prostituta

Eu distorço a verdade
Eu governo o mundo
Minha coroa é chamada de enganação
Eu sou o imperador das mentiras
Você rasteja a meus pés
Eu te roubo e te sacrifico
Sua queda é meu ganho
E você ainda banca o bajulador
E se rebela em sua dor
E todas as minhas promessas são mentiras
Todo meu amor é ódio
Eu sou um político
E eu decido seu destino

Eu marcho diante de um mundo martirizado
Um exército para a luta
Falo de grandes dias heróicos
De vitória e poder
Seguro uma bandeira encharcada de sangue
Eu te encorajo a ser valente
Eu te conduzo a seu destino
Eu te conduzo a seu túmulo
Seus ossos construirão meus palácios
Seus olhos serão incrustados em minha coroa
Pois eu sou Marte o deus da guerra
E eu te derrubarei.

fonte:http://letras.mus.br/motorhead/27194/traducao.html

Bora de Música? Que tal Miracle Man do Ozzy? I´M OZZY MAN... I'M CRAAAAAAAZY


ABAIXO SEGUE VÍDEO, LETRA E TRADUÇÃO


Miracle Man

I'm looking for a Miracle Man
That tells me no lies,
I'm looking for a Miracle Man
Who's not in disguise

I don't know where he'll come from
And I don't know where he's been,
But it's not our jimmy sinner
Because he's so obscene

(Miracle Man)
Got busted!
(Miracle Man)
Got busted!

Today I saw a Miracle Man, (Miracle Man)
On TV cryin'
Such a hypocritical man,
Born again,
Dyin'

He don't know where he's goin'
But we sure know where he's been,
It was our little Jimmy sinner on the screen

(Miracle Man)
Got busted!
(Miracle Man)
Got busted!
(Miracle Man)
Got busted!
(Miracle Man)

(Solo)

(Miracle Man)

A Devil with a crucifix,
Brimstone and fire,
He needs another carnal fix
To take him higher and higher

Now Jimmy he got busted
With his pants down,
Repent ye wretched sinners,
Self righteous clown

(Miracle Man)
Got busted!
(Miracle Man)
Got busted!
(Miracle Man)
Got busted!
(Miracle Man)
Got busted!
(Miracle Man)
Got busted!
(Miracle Man)
Got busted!
(Miracle Man)
got busted

Homem Milagroso

Eu estou procurando por um homem milagroso
Que não me conte mentiras
Eu estou procurando por um homem milagroso
Que não está disfarçado.

Eu não sei de onde ele virá
E eu não sei onde ele esteve
Mas não é nosso Jimmy Pecador
Porque ele é muito obsceno

(Homem Milagroso)
Foi pego
(Homem Milagroso)
Foi pego

Hoje eu vi um homem milagroso (homem milagroso)
Chorando na TV
Um homem tão hipócrita
Nascendo de novo,
Morrendo

Ele não sabe para onde está indo
Mas nós com certeza sabemos onde ele esteve
Foi nosso pequeno Jimmy Pecador que eu vi na tela

(Homem Milagroso)
Foi pego
(Homem Milagroso)
Foi pego
(Homem Milagroso)
Foi pego
(Homem Milagroso)

(Solo)

(Homem Milagroso)

Um Demônio com um crucifixo,
Enxofre e fogo,
Ele precisa de outro conserto carnal
Para levá-lo cada vez mais para cima

Agora Jimmy, ele foi pego
Com suas calças na mão
Arrependa-se, pecador
Palhaço que se diz íntegro

(Homem Milagroso)
Foi pego
(Homem Milagroso)
Foi pego
(Homem Milagroso)
Foi pego
(Homem Milagroso)
Foi pego
(Homem Milagroso)
Foi pego
(Homem Milagroso)
Foi pego
(Homem Milagroso)
Foi pego.




Agradecimento aos Leitores, 3 anos do " O Gótico Ateísta".

Venho por meio desta postagem agradecer a todos que visitam o blog,  agradecer pelo prestígio e atenção.
Possuo este blog desde 2011 e muita gente ainda acompanha, obrigado mesmo.
Este mês o blog completa 3 anos, criado em  um sábado, 30 de julho com o intuito de falar sobre a Subcultura Gótica e o Ateísmo, confesso que o blog fugiu um pouco abordando mais um assunto do que o outro,  mas mesmo assim, o intuito é expor alguns pontos de vista e tem dado certo até o momento, já passamos das 30 mil visualizações o que é muito sendo que o blog não tem sido frequentemente atualizado, mas realmente é impressionante.
Gostaria de realizar algum sorteio ou algo do gênero para os visitantes, porém no momento não é possível. Fico muito contente em poder exprimir estas palavras e quero muito agradecer, não sou nenhum escritor profissional, mas me alegra poder compartilhar o pouco que aprendi. Me sinto lisonjeado com cada visita e peço que continuem visitando e se possível deixando o seu comentário. No mais serei breve, a todos o meu forte abraço e que venham mais anos e anos de convivência neste vasto mundo da blogosfera.
Sei que a postagem ficou curta, mas não tenho tantas palavras além de um sincero MUITO OBRIGADO!!!!

Atenciosamente.

A. Rodrigues. 

Comentários Sobre Crucificação

Sem rodeios vamos direto ao assunto, é sério que existem pessoas que glorificam a desgraça?
Sério que vocês acham bonito um homem ser crucificado, que glória há nisso?
Embora eu seja ateu não vejo isto uma das mais belas coisas da vida, vamos olhar um pouco mais o HUMANO e esquecer a suposta divindade.
Que orgulho há de se sentir em ver um ser humano passar por tais dores?

Principalmente nas igrejas católicas há uma tradição bizarra de sadomasoquismo, todos os anos é "COMEMORADA" a morte de Cristo, em sua defesa alegam que isto foi uma prova de amor, mas que amor é esse? Confesso que não entendo. 

Este artigo pode servir de contraponto ao que estou dizendo aqui http://pt.wikipedia.org/wiki/Crucifica%C3%A7%C3%A3o , mas mesmo assim não vejo em aspecto algum algo que justifique isto. Acredito piamente que quando começaram a escolher e editar os evangelhos, precisaram de algo que chocasse,  sei que este tipo de punição era comum no mundo antigo e outras divindades foram crucificadas ( alias o Cristianismo foi criado em cima de plágio http://crunicap.blogspot.com.br/2012/05/outros-crucificados.html) , mas não encontro ressalva alguma para que isto seja tão admirável. Outro argumento seria o da vontade divina, dos desígnios da deidade, outro ponto pior ainda que pai crucificaria o próprio filho? Ah, já sei... o deus da cristandade, sei que quanto mais conheço do Cristianismo mais abismado fico com tamanho terror.
Voltando a ICAR, todos os anos realizam este rito macabro de passearem com um caixão ( comum no interior de MG) para relembrar o ocorrido com o Jesus, andam com velas enquanto cantam os seus cânticos, se isso não é culto ao sadomasoquismo em pior grau eu não sei o que é. 
Uma ideia que sobrevive a séculos, uma tradição medonha que ganha adeptos, se estas pessoas parassem e se dessem conta disto, bem provavelmente não seriam cristãs. Tradições fazem parte da cultura, mas penso que algumas coisas precisam ser revistas.


Se alguém quiser se manifestar e me indicar algum ponto de defesa referente a esta bizarrice, fique a vontade.  Uma pequena observação:  Esta é uma crítica a uma ideia e sua prática, se você se sentiu ofendido leia novamente.

sábado, 19 de julho de 2014

Amor Divino, Demasiadamente Humano...

Inverno... Uma noite fria os gritos de terror ecoam, segue o jovem pela floresta. Um grupo de pessoas correm atras deste indivíduo, algo ruim irá acontecer, vou contar-lhes uma estória...

Em um domingo qualquer, um grupo de reunia em uma pequena capela e seu líder narrava as graças de Deus com tanto vigor, com tanta paixão quanto alguém que se declara a sua amada, ele dizia quão amoroso e benevolente era. Após ficarem maravilhados com tais palavras regressaram a seus lares. Como era Domingo toda família estava reunida para o almoço, eis que um dos familiares pediu ao jovem que cujo o nome era Adrian, que realizasse a oração dando graças pelo alimento, mas o jovem encabulado não aceitou e acabou confessando sua descrença,  insistiram para que o jovem fizesse mas o mesmo não quis, na hora todos ficaram espantados, mesmo ele sendo gentil e pesando suas palavras.  
Preste atenção quando ouvir a expressão "o perigo mora ao lado", os vizinhos haviam ouvido a conversa e logo correram até o líder para contar-lhe a "tamanha heresia". Logo a conversa corria por todo o vilarejo, então Adrian foi procurado pelo líder religioso da localidade e questionado do por quê não acreditar em Deus, o jovem gentilmente respondeu: - De uns tempos pra cá sinto que já não tenho mais fé e questiono a mim o motivo disto, meu coração dói pois eu queria acreditar, mas a dúvida é muito forte, isso não é de agora, procurava e buscava Deus de todo o coração e nas paredes do meu peito apenas ecoavam o silêncio, logo já não sinto Deus em mim. 
Ao ouvir isto o líder ficou abismado e começou a rezar pelo garoto e logo em seguida disse: -Filho, não te acovardes, busque Deus ou senão as portas do inferno o aguardam arrependa-se enquanto pode, deixe a luz de Deus voltar a este obscuro coração, coração este que foi enegrecido pela dúvida eque Deus tenha piedade de você.
Adrian então voltou ao seu quarto e aquelas palavras ditas ficaram em sua cabeça,  ele buscava entender e nesta agonia então ele ficou dias, veio nele então um sentimento misto de dúvida e paranoia, afinal bem no fundo ele nutria o medo da tortura eterna. 
Como a conversa de Adrian havia chegado a mais ouvidos na cidade, logo começaram os boatos. Alguns diziam que Adrian estava endemoniado outros já diziam que o jovem era adorador do demônio e Adrian ficou sabendo disto, o que aumentou ainda mais a pressão sobre si. O jovem já estava com o emocional bem abalado e então resolveu mentir disse que voltara a acreditar em Deus, e no domingo seguinte o jovem foi a capela e enquanto realizavam o sermão falando sobre a conversão, o mesmo se sentiu incomodado e por fim já não aguentava a mentira, todos ficaram pasmos mas ele preferiu ser sincero. 
Voltando pra casa  em um velho parque abandonado, o jovem se pós a chorar  e a questionar, começava a chover e as idéias de suicídio brotavam, pensativo sobre o futuro e que rumo tomariam, pensando em sua família e sua pobre mãe sozinha. Mas por fim desistiu e voltou  para casa.
No dia seguinte logo cedo, membros da congregação foram até a casa do garoto para conversar e "ajudar" o garoto, o jovem atordoado em demasia acabou se alterando e disse:- Por favor, me deixem em paz...vocês vem aqui apenas para me atormentar, estou cansado, me deixem.
 Enquanto isto em seu rosto uma expressão de raiva e ódio se misturavam, e aos gritos expulsou os velhos homens de sua casa.
Logo começaram as intrigas, os velhos disseram que após conversarem com o jovem disseram que ele estava perdido, que não havia salvação para o caso de Adrian e em seguida o ocorrido se espalhou, como o vilarejo era pequeno gerou-se então uma mobilização. Um pequeno grupo então foi até a casa de Adrian  orar por ele,  Adrian recusou-se a recebê-los então eles se enfureceram e derrubaram a porta, acreditavam que Adrian estava endemoniado, percebendo a fúria da multidão o jovem fugiu.
Chegando a floresta iniciou-se uma caçada e os perseguidores ainda mais furiosos, até que em um momento fatídico Adrian estava cercado, pegaram suas bíblias e cruzes e começaram uma vigília, rituais de exorcismo e seguindo assim pela madrugada. Ao verem que não surtia efeito e o jovem ainda mais atordoado gritava: - Me soltem, o que acontece com vocês? Não estão vendo que não tem nada comigo?
Eis que um congregado disse: Não estão vendo irmãos, o demônio esta querendo nos enganar vejam o semblante dele, vejam o mal nos olhos dele, a raiva do demônio explode em seu rosto.
Recomeçaram as orações com mais intensidade ainda, o furor das preces podia ser ouvido de longe. Eis que por fim não obtendo resultado um outro congregado disse:- Irmãos nossa vigília foi em vão, não há mais o que fazer a única solução é a morte, só assim a alma deste jovem terá descanso e ele alcançará assim a graça de Deus. 
Os congregados então pegaram pedaços de madeira e começaram a agredir o jovem,  os gritos podiam ser escutados ao longe, assim como o barulho das madeiras. Ele resistia e lutava, pedia clemência por sua vida, mas de nada adiantava. Logo começava a amanhecer e para esconder a prova do assassinato, atearam fogo no jovem enquanto ele ainda dava seus últimos suspiros.
Pobre jovem, seu fim foi trágico....

Esta estória é ficcional, mas podem  ter ocorrido casos semelhantes durante a idade média, se bem que nos dias de hoje ainda em países cuja a religiosidade seja extrema, fundamentalistas cegos tomem este tipo de atitude. Muito mais do que uma questão de preconceito é algo que demonstra a ignorância alheia a quem tem opiniões diferentes. Muitos escondem sua descrença por medo de retaliações, em alguns países ateísmo é crime passível de morte, lamentável.

sábado, 12 de julho de 2014

Histórias da Bíblia derivam de lendas da Terra de Canaã ..........Do Blog Paulopes

Achei muito interessante, espero que gostem, créditos e link no final da postagem.

Histórias da Bíblia derivam de lendas da Terra de Canaã
por José Francisco Botelho, da Superinteressante

Em algum lugar do Oriente Médio, por volta do século 10 a.C., uma pessoa decidiu escrever um livro. Pegou uma pena, nanquim e folhas de papiro (uma planta importada do Egito) e começou a contar uma história mágica, diferente de tudo o que já havia sido escrito. Era tão forte, mas tão forte, que virou uma obsessão. Durante os 1 000 anos seguintes, outras pessoas continuariam reescrevendo, rasurando e compilando aquele texto, que viria a se tornar o maior best seller de todos os tempos: a Bíblia. Ela apresentou uma teoria para o surgimento do homem, trouxe os fundamentos do judaísmo e do cristianismo, influenciou o surgimento do islã, mudou a história da arte – sem a Bíblia, não existiriam os afrescos de Michelangelo nem os quadros de Leonardo da Vinci – e nos legou noções básicas da vida moderna, como os direitos humanos e o livre-arbítrio.

Mas quem escreveu, afinal, o livro mais importante que a humanidade já viu? Quem eram e o que pensavam essas pessoas? Como criaram o enredo, e quem ditou a voz e o estilo de Deus? O que está na Bíblia deve ser levado ao pé da letra, o que até hoje provoca conflitos armados? A resposta tradicional você já conhece: segundo a tradição judaico-cristã, o autor da Bíblia é o próprio Todo-Poderoso. E ponto final. Mas a verdade é um pouco mais complexa que isso.

A própria Igreja admite que a revelação divina só veio até nós por meio de mãos humanas. A palavra do Senhor é sagrada, mas foi escrita por reles mortais. Como não sobraram vestígios nem evidências concretas da maioria deles, a chave para encontrá-los está na própria Bíblia. Mas ela não é um simples livro: imagine as Escrituras como uma biblioteca inteira, que guarda textos montados pelo tempo, pela história e pela fé. Aliás, o termo “Bíblia”, que usamos no singular, vem do plural grego ta biblia ta hagia – “os livros sagrados”.

A tradição religiosa sempre sustentou que cada livro bíblico foi escrito por um autor claramente identificável. Os 5 primeiros livros do Antigo Testamento (que no judaísmo se chamam Torá e no catolicismo Pentateuco) teriam sido escritos pelo profeta Moisés por volta de 1200 a.C. Os Salmos seriam obra do rei Davi, o autor de Juízes seria o profeta Samuel, e assim por diante. Hoje, a maioria dos estudiosos acredita que os livros sagrados foram um trabalho coletivo. E há uma boa explicação para isso.

As histórias da Bíblia derivam de lendas surgidas na chamada Terra de Canaã, que hoje corresponde a Líbano, Palestina, Israel e pedaços da Jordânia, do Egito e da Síria. Durante séculos acreditou-se que Canaã fora dominada pelos hebreus. Mas descobertas recentes da arqueologia revelam que, na maior parte do tempo, Canaã não foi um Estado, mas uma terra sem fronteiras habitada por diversos povos – os hebreus eram apenas uma entre muitas tribos que andavam por ali. Por isso, sua cultura e seus escritos foram fortemente influenciadas por vizinhos como os cananeus, que viviam ali desde o ano 5000 a.C. E eles não foram os únicos a influenciar as histórias do livro sagrado.

As raízes da árvore bíblica também remontam aos sumérios, antigos habitantes do atual Iraque, que no 3o milênio a.C. escreveram a Epopéia de Gilgamesh. Essa história, protagonizada pelo semideus Gilgamesh, menciona uma enchente que devasta o mundo (e da qual algumas pessoas se salvam construindo um barco). Notou semelhanças com a Bíblia e seus textos sobre o dilúvio, a arca de Noé, o fato de Cristo ser humano e divino ao mesmo tempo? Não é mera coincidência. “A Bíblia era uma obra aberta, com influências de muitas culturas”, afirma o especialista em história antiga Anderson Zalewsky Vargas, da UFRGS.

Foi entre os séculos 10 e 9 a.C. que os escritores hebreus começaram a colocar essa sopa multicultural no papel. Isso aconteceu após o reinado de Davi, que teria unificado as tribos hebraicas num pequeno e frágil reino por volta do ano 1000 a.C. A primeira versão das Escrituras foi redigida nessa época e corresponde à maior parte do que hoje são o Gênesis e o Êxodo. Nesses livros, o tema principal é a relação passional (e às vezes conflituosa) entre Deus e os homens. Só que, logo no começo da Beeblia, já existiu uma divergência sobre o papel do homem e do Senhor na história toda. Isso porque o personagem principal, Deus, é tratado por dois nomes diferentes.

Em alguns trechos ele é chamado pelo nome próprio, Yahweh – traduzido em português como Javé ou Jeová. É um tratamento informal, como se o autor fosse íntimo de Deus. Em outros pontos, o Todo-Poderoso é chamado de Elohim, um título respeitoso e distante (que pode ser traduzido simplesmente como “Deus”). Como se explica isso? Para os fundamentalistas, não tem conversa: Moisés escreveu tudo sozinho e usou os dois nomes simplesmente porque quis. Só que um trecho desse texto narra a morte do próprio Moisés. Isso indica que ele não é o único autor. Os historiadores e a maioria dos religiosos aceitam outra teoria: esses textos tiveram pelo menos outros dois editores.

Acredita-se que os trechos que falam de Javé sejam os mais antigos, escritos numa época em que a religiosidade era menos formal. Eles contêm uma passagem reveladora: antes da criação do mundo, “Yahweh não derramara chuva sobre a terra, e nem havia homem para lavrar o solo”. Essa frase, “não havia homem para lavrar o solo”, indica que, na primeira versão da Bíblia, o homem não era apenas mais uma criação de Deus – ele desempenha um papel ativo e fundamental na história toda. “Nesse relato, o homem é co-criador do mundo”, diz o teólogo Humberto Gonçalves, do Centro Ecumênico de Estudos Bíblicos, no Rio Grande do Sul.

Pelo nome que usa para se referir a Deus (Javé), o autor desses trechos foi apelidado de Javista. Já o outro autor, que teria vivido por volta de 850 a.C., é apelidado de Eloísta. Mais sisudo e religioso, ele compôs uma narrativa bastante diferente. Ao contrário do Deus-Javé, que fez o mundo num único dia, o Deus-Elohim levou 6 (e descansou no 7º). Nessa história, a criação é um ato exclusivo de Deus, e o homem surge apenas no 6º dia, junto aos animais.

Tempos mais tarde, os dois relatos foram misturados por editores anônimos – e a narrativa do Eloísta, mais comportada, foi parar no início das Escrituras. Começando por aquela frase incrivelmente simples e poderosa, notória até entre quem nunca leu a Bíblia: “E, no início, Deus criou o céu e a terra...”

Em 589 a.C., Jerusalém foi arrasada pelos babilônios, e grande parte da população foi aprisionada e levada para o atual Iraque. Décadas depois, os hebreus foram libertados por Ciro, senhor do Império Persa – um conquistador “esclarecido”, que tinha tolerância religiosa. Aos poucos, os hebreus retornaram a Canaã – mas com sua fé transformada. Agora os sacerdotes judaicos rejeitavam o politeísmo e diziam que Javé era o único e absoluto deus do Universo. “O monoteísmo pode ter surgido pelo contato com os persas – a religião deles, o masdeísmo, pregava a existência de um deus bondoso, Ahura Mazda, em constante combate contra um deus maligno, Arimã. Essa noção se reflete até na idéia cristã de um combate entre Deus e o Diabo”, afirma Zalewsky, da UFRGS.

A versão final do Pentateuco surgiu por volta de 389 a.C. Nessa época, um religioso chamado Esdras liderou um grupo de sacerdotes que mudaram radicalmente o judaísmo – a começar por suas escrituras. Eles editaram os livros anteriores e escreveram a maior parte dos livros Deuteronômio, Números, Levítico e também um dos pontos altos da Bíblia: os 10 Mandamentos. Além de afirmar o monoteísmo sem sombra de dúvidas (“amarás a Deus acima de todas as coisas” é o primeiro mandamento), a reforma conduzida por Esdras impunha leis religiosas bem rígidas, como a proibição do casamento entre hebreus e não-hebreus. Algumas das leis encontradas no Levítico se assemelham à ética moderna dos direitos humanos: “Se um estrangeiro vier morar convosco, não o maltrates. Ama-o como se fosse um de vós”.

Outras passagens, no entanto, descrevem um Senhor belicoso, vingativo e sanguinário, que ordena o extermínio de cidades inteiras – mulheres e crianças incluídas. “Se a religião prega a compaixão, por que os textos sagrados têm tanto ódio?”, pergunta a historiadora americana Karen Armstrong, autora de um novo e provocativo estudo sobre a Bíblia. Para os especialistas, a violência do Antigo Testamento é fruto dos séculos de guerras com os assírios e os babilônios. Os autores do livro sagrado foram influenciados por essa atmosfera de ódio, e daí surgiram as histórias em que Deus se mostra bastante violento e até cruel. Os redatores da Bíblia estavam extravasando sua angústia.

Por volta do ano 200 a.C., o cânone (conjunto de livros sagrados) hebraico já estava finalizado e começou a se alastrar pelo Oriente Médio. A primeira tradução completa do Antigo Testamento é dessa época. Ela foi feita a mando do rei Ptolomeu 2o em Alexandria, no Egito, grande centro cultural da época. Segundo uma lenda, essa tradução (de hebraico para grego) foi realizada por 72 sábios judeus. Por isso, o texto é conhecido como Septuaginta. Além da tradução grega, também surgiram versões do Antigo Testamento no idioma aramaico – que era uma espécie de língua franca do Oriente Médio naquela época.

Dois séculos mais tarde, a Bíblia em aramaico estava bombando: ela era a mais lida na Judéia, na Samária e na Galiléia (províncias que formam os atuais territórios de Israel e da Palestina). Foi aí que um jovem judeu, grande personagem desta história, começou a se destacar. Como Sócrates, Buda e outros pensadores que mudaram o mundo, Jesus de Nazaré nada deixou por escrito – os primeiros textos sobre ele foram produzidos décadas após sua morte.

E o cristianismo já nasceu perseguido: por se recusarem a cultuar os deuses oficiais, os cristãos eram considerados subversivos pelo Império Romano, que dominava boa parte do Oriente Médio desde o século 1 a.C. Foi nesse clima de medo que os cristãos passaram a colocar no papel as histórias de Jesus, que circulavam em aramaico e também em coiné – um dialeto grego falado pelos mais pobres. “Os cristãos queriam compreender suas origens e debater seus problemas de identidade”, diz o teólogo Paulo Nogueira, da Universidade Metodista de São Paulo. Para fazer isso, criaram um novo gênero literário: o evangelho. Esse termo, que vem do grego evangélion (“boa-nova”), é um tipo de narrativa religiosa contando os milagres, os ensinamentos e a vida do Messias.

A maioria dos evangelhos escritos nos séculos 1 e 2 desapareceu. Naquela época, um “livro” era um amontoado de papiros avulsos, enrolados em forma de pergaminho, podendo ser facilmente extraviados e perdidos. Mas alguns evangelhos foram copiados e recopiados à mão, por membros da Igreja. Até que, por volta do século 4, tomaram o formato de códice – um conjunto de folhas de couro encadernadas, ancestral do livro moderno. O problema é que, a essa altura do campeonato, gerações e gerações de copiadores já haviam introduzido alterações nos textos originais – seja por descuido, seja de propósito. “Muitos erros foram feitos nas cópias, erros que às vezes mudaram o sentido dos textos. Em certos casos, tais erros foram também propositais, de acordo com a teologia do escrivão”, afirma o padre e teólogo Luigi Schiavo, da Universidade Católica de Goiás. Quer ver um exemplo?

Sabe aquela famosa cena em que Jesus salva uma adúltera prestes a ser apedrejada? De acordo com especialistas, esse trecho foi inserido no Evangelho de João por algum escriba, por volta do século 3. Isso porque, na época, o cristianismo estava cortando seu cordão umbilical com o judaísmo. E apedrejar adúlteras é uma das leis que os sacerdotes-escritores judeus haviam colocado no Pentateuco. A introdução da cena em que Jesus salva a adúltera passa a idéia de que os ensinamentos de Cristo haviam superado a Torá – e, portanto, os cristãos já não precisavam respeitar ao pé da letra todos os ensinamentos judeus.

A julgar pelo último livro da Bíblia cristã, o Apocalipse (que descreve o fim do mundo), o receio de ter suas narrativas “editadas” era comum entre os autores do Novo Testamento. No versículo 18, lê-se uma terrível ameaça: “Se alguém fizer acréscimos às páginas deste livro, Deus o castigará com as pragas descritas aqui”. Essa ameaça reflete bem o clima dos primeiros séculos do cristianismo: uma verdadeira baderna teológica, com montes de seitas defendendo idéias diferentes sobre Deus e o Messias. A seita dos docetas, por exemplo, acreditava que Jesus não teve um corpo físico. Ele seria um espírito, e sua crucificação e morte não passariam – literalmente – de ilusão de ótica. Já os ebionistas acreditavam que Jesus não nascera Filho de Deus, mas fora adotado, já adulto, pelo Senhor.

A primeira tentativa de organizar esse caos das Escrituras ocorreu por volta de 142 – e o responsável não foi um clérigo, mas um rico comerciante de navios chamado Marcião. Ele nasceu na atual Turquia, foi para Roma, converteu-se ao cristianismo, virou um teólogo influente e resolveu montar sua própria seleção de textos sagrados.

A Bíblia de Marcião era bem diferente da que conhecemos hoje. Isso porque ele simpatizava com uma seita cristã hoje desaparecida, o gnosticismo. Para os gnósticos, o Deus do Velho Testamento não era o mesmo que enviara Jesus – na verdade, as duas divindades seriam inimigas mortais. O Deus hebraico era monstruoso e sanguinário, e controlava apenas o mundo material. Já o universo espiritual seria dominado por um Deus bondoso, o pai de Jesus.

 A Bíblia editada por Marcião continha apenas o Evangelho de João, 11 cartas de Paulo e nenhuma página do Velho Testamento. Se as idéias de Marcião tivessem triunfado, hoje as histórias de Adão e Eva no paraíso, a arca de Noé e a travessia do mar Vermelho não fariam parte da cultura ocidental. Mas, por volta de 170, o gnosticismo foi declarado proibido pelas autoridades eclesiásticas, e o primeiro editor da Bíblia cristã acabou excomungado.

Roma, até então pior inimiga dos cristãos, ia se rendendo à nova fé. Em 313, o imperador romano Constantino se aliou à Igreja. Ele pretendia usar a força crescente da nova religião para fortalecer seu império. Para isso, no entanto, precisava de uma fé una e sólida. A pressão de Constantino levou os mais influentes bispos cristãos a se reunirem no Concílio de Nicéia, em 325, para colocar ordem na casa de Deus. Ali, surgiu o cânone do cristianismo – a lista oficial de livros que, segundo a Igreja, realmente haviam sido inspirados por Deus.

“A escolha também era política. Um grupo afirmou seu poder e autoridade sobre os outros”, diz o padre Luigi. Esse grupo era o dos cristãos apostólicos, que ganharam poder ao se aliar com o Império Romano. Os apostólicos eram, por assim dizer, o “partido do governo”. E por isso definiram o que iria entrar, ou ser eliminado, das Escrituras.

Eles escolheram os evangelhos de Marcos, Mateus, Lucas e João para representar a biografia oficial de Cristo, enquanto as invenções dos docetas, dos ebionistas e de outras seitas foram excluídas, e seus autores declarados hereges.

Os textos excluídos do cânone ganharam o nome de “apócrifos” – palavra que vem do grego apocrypha, “o que foi ocultado”. A maioria dos apócrifos se perdeu – afinal de contas, os escribas da Igreja não estavam interessados em recopiá-los para a posteridade. Mas, com o surgimento da arqueologia, no século 19, pedaços desses textos foram encontrados nas areias do Oriente Médio. É o caso de um polêmico texto encontrado em 1886 no Egito. Ele é assinado por uma certa “Maria” que muitos acreditam ser a Madalena, discípula de Jesus, presente em vários trechos do Novo Testamento. O evangelho atribuído a ela é bem feminista: Madalena é descrita como uma figura tão importante quanto Pedro e os outros apóstolos.

Nos primórdios do cristianismo, as mulheres eram aceitas no clero – e eram, inclusive, consideradas capazes de fazer profecias. Foi só no século 3 que o sacerdócio virou monopólio masculino, o que explicaria a censura da apóstola e seu testemunho. Aliás, tudo indica que Madalena não foi prostituta – idéia que teria surgido por um erro na interpretação do livro sagrado. No ano 591, o papa Gregório fez um sermão dizendo que Madalena e outra mulher, também citada nas Escrituras e essa sim ex-pecadora, na verdade seriam a mesma pessoa (em 1967, o Vaticano desfez o equívoco, limpando a reputação de Maria).

Na evolução da Bíblia, foram aparecendo vários trechos machistas – e suspeitos. É o caso de uma passagem atribuída ao apóstolo Paulo: “A mulher aprenda (...) com toda a sujeição. Não permito à mulher que ensine, nem que tenha domínio sobre o homem (...) porque Adão foi formado primeiro, e depois Eva”. É provável que Paulo jamais tenha escrito essas palavras – porque, na época em que ele viveu, o cristianismo não pregava a submissão da mulher. Acredita-se que essa parte tenha sido adicionada por algum escriba por volta do século 2.

Após a conversão do imperador Constantino, o eixo do cristianismo se deslocou do Oriente Médio para Roma. Só que, para completar a romanização da fé, faltava um passo: traduzir a palavra de Deus para o latim. A missão coube ao teólogo Eusebius Hyeronimus, que mais tarde viria a ser canonizado com o nome de são Jerônimo. Sob ordens do papa Damaso, ele viajou a Jerusalém em 406 para aprender hebraico e traduzir o Antigo e o Novo Testamento. Não foi nada fácil: o trabalho durou 17 anos.

Daí saiu a Vulgata, a Bíblia latina, que até hoje é o texto oficial da Igreja Católica. Essa é a Bíblia que todo mundo conhece. “A Vulgata foi o alicerce da Igreja no Ocidente”, explica o padre Luigi. Ela é tão influente, mas tão influente, que até seus erros de tradução se tornaram clássicos. Ao traduzir uma passagem do Êxodo que descreve o semblante do profeta Moisés, são Jerônimo escreveu em latim: cornuta esse facies sua, ou seja, “sua face tinha chifres”. Esse detalhe esquisito foi levado a sério por artistas como Michelangelo – sua famosa escultura representando Moisés, hoje exposta no Vaticano, está ornada com dois belos corninhos. Tudo porque Jerônimo tropeçou na palavra hebraica karan, que pode significar tanto “chifre” quanto “raio de luz”. A tradução correta está na Septuaginta: o profeta tinha o rosto iluminado, e não chifrudo. Apesar de erros como esse, a Vulgata reinou absoluta ao longo da Idade Média – durante séculos, não houve outras traduções.

O único jeito de disseminar o livro sagrado era copiá-lo à mão, tarefa realizada pelos monges copistas. Eles raramente saíam dos mosteiros e passavam a vida copiando e catalogando manuscritos antigos. Só que, às vezes, também se metiam a fazer o papel de autores.

Após a queda do Império Romano, grande parte da literatura da Antiguidade grega e romana se perdeu – foi graças ao trabalho dos monges copistas que livros como a Ilíada e a Odisséia chegaram até nós. Mas alguns deles eram meio malandros: costumavam interpolar textos nas Escrituras Sagradas para agradar a reis e imperadores. No século 15, por exemplo, monges espanhóis trocaram o termo “babilônios” por “infiéis” no texto do Antigo Testamento – um truque para atacar os muçulmanos, que disputavam com os espanhóis a posse da península Ibérica.

Tudo isso mudou após a invenção da imprensa, em 1455. Agora ninguém mais dependia dos copistas para multiplicar os exemplares da Bíblia. Por isso, o grande foco de mudanças no texto sagrado passou a ser outro: as traduções.

Em 1522, o pastor Martinho Lutero usou a imprensa para divulgar em massa sua tradução da Bíblia, que tinha feito direto do hebraico e do grego para o alemão. Era a primeira vez que o texto sagrado era vertido numa língua moderna – e a nova versão trouxe várias mudanças, que provocavam a Igreja.

Logo depois um britânico, William Tyndale, ousou traduzir a Bíblia para o inglês. No Novo Testamento, ele traduziu a palavra ecclesia por “congregação”, em vez de “igreja”, o termo preferido pelas traduções católicas. A mudança nessa palavrinha era um desafio ao poder dos papas: como era protestante, Tyndale tinha suas diferenças com a Igreja. Resultado? Ele foi queimado como herege em 1536. Mas até hoje seu trabalho é referência para as versões inglesas do livro sagrado.

A Bíblia chegou ao nosso idioma em 1753 – quando foi publicada sua primeira tradução completa para o português, feita pelo protestante João Ferreira de Almeida. Hoje, a tradução considerada oficial é a feita pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e lançada em 2001. Ela é considerada mais simples e coloquial que as traduções anteriores. De lá para cá, a Bíblia ganhou o mundo e as línguas. Já foi vertida para mais de 300 idiomas e continua um dos livros mais influentes do mundo: todos os anos, são publicadas 11 milhões de cópias do texto integral, e 14 milhões só do Novo Testamento.

Depois de tantos séculos de versões e contra-versões, ainda não há consenso sobre a forma certa de traduzi-la. Alguns buscam traduções mais próximas do sentido e da época original – como as passagens traduzidas do hebraico pelo lingüista David Rosenberg na obra O Livro de J, de 1990. Outros acham que a Bíblia deve ser modernizada para atrair leitores. O lingüista Eugene Nida, que verteu a Bíblia na década de 1960, chegou ao extremo de traduzir a palavra “sestércios”, a antiga moeda romana, por “dólares”. Em 2008, duas versões igualmente ousadas estão agitando as Escrituras: a Green Bible (“Bíblia Verde”, ainda sem versão em português), que destaca 1 000 passagens relacionadas à ecologia – como o momento em que Jó fala sobre os animais –, e a Bible Illuminated (‘Bíblia Iluminada”, em inglês), com design ultramoderno e fotos de celebridades como Nelson Mandela e Angelina Jolie.

A Bíblia se transforma, mas uma coisa não muda: cada pessoa, ou grupo de pessoas, a interpreta de uma maneira diferente – às vezes, com propósitos equivocados. Em pleno século 21, pastores fundamentalistas tentam proibir o ensino da Teoria da Evolução nas escolas dos EUA, sendo que a própria Igreja aceita as teorias de Darwin desde a década de 1950.

Líderes como o pastor Jerry Falwell defendem o retorno da escravidão e o apedrejamento de adúlteros, e no Oriente Médio rabinos extremistas usam trechos da Torá para justificar a ocupação de terras árabes. Por quê? Porque está na Bíblia, dizem os radicais. Não é nada disso. Hoje, os principais estudiosos afirmam que a Bíblia não deve ser lida como um manual de regras literais – e sim como o relato da jornada, tortuosa e cheia de percalços, do ser humano em busca de Deus. Porque esse é, afinal, o verdadeiro sentido dessa árvore de histórias regada há 3 mil anos por centenas de mãos, cabeças e corações humanos: a crença num sentido transcendente da existência.


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