sexta-feira, 1 de abril de 2016

Elegia ( Poema guardado a tempos)

Este poema estava guardando a algum tempo, iria publicá-lo pois era condizente com o momento.
Ultimamente me sinto bem, mas vou publicar agora pois o considero bonito, espero que gostem.




ELEGIA
Uma mulher sem rosto, flores cobrem-lhe. Há flores em seus cabelos, há flores em seu rosto e em suas mãos. Rosto inexpressivo, como queria que estivesse apaixonada.
Chove lá fora, ecoam os trovões em meu peito. Não queria, perco o controle, tanta raiva. Raiva não sei do que, por quê. 
Venha me acolher em um abraço, abra as suas asas. Beije-me, volte seus olhos noturnos. Habite em meu peito, traga a doçura aos dias meus. Rosto inexpressivo, moça dê-me seu perfume. Socorra-me.

No fundo deste poço existencial me joguei. Nem os morcegos me fazem companhia. A chuva deixou tudo um pouco mais frio. Aqui embaixo é sempre noite no meu peito. Tento escalar, mas o lodo me derruba. Lembranças conflitando, sinto-me sem forças. Sou horrível, queria colo mas não me sinto merecedor. Fraco, este sou eu.

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